Instantâneos...

Quando caminhamos pelo campo ou pela montanha deparamo-nos, algumas vezes, com situações curiosas e ou inesperadas, não resistindo a registar esses "instantâneos" para, mais tarde, recordar os belos momentos que tivemos o privilégio de presenciar.

Fora de portas...

Epipactis palustris

Epipactis palustris 'alba'

Na semana passada "aventurei-me" na procura de orquídeas silvestres aqui na nossa vizinha Espanha, mais concretamente por Terras da Galiza. Numa breve caminhada pelo Parque Natural Dunas de Corrubedo Y Lagos de Carregal e Vixián, consegui encontrar uma grande população de Epipactis palustris, uma das mais belas orquídeas europeias. Para outras espécies já era muito tarde, encontrando variados exemplares sem flor e já frutificados.

No próximo ano tentarei uma pesquisa mais cedo, sobretudo durante os meses de Abril e Maio. É uma belíssima região costeira que, por si só, merece uma visita, mesmo para quem não vai com este objectivo.

Maxillaria cerifera

Esta Maxillaria "veio" para a minha colecção numa permuta com o Rafael, aquando da sua vinda ao Porto, há cerca de cinco meses. A planta desenvolveu-se bem e já me prendou com esta bela floração, três hastes com uma única flor cada uma.

Família: Orchidaceae

Género: Maxillaria

Espécie: cerifera

Habitat natural: Esta espécie de pequeno porte manifesta-se em florestas de média altitude, no Brasil.

Cultura: Está cultivada num pequeno vaso, em substrato para orquídeas epífitas, com base em casca de pinheiro, constantemente húmido, num local temperado e luz filtrada.

Neobathiea filicornu

Uma da minhas aquisições de 2010 e que este ano já tem duas hastes florais. Esta espécie caracteriza-se por ser de pequeno porte, mas com flores consideravelmente grandes para a planta, em tons de branco e verde e com um esporão que pode atingir cerca de 10 cm.

Família: Orchidaceae

Género: Neobathiea

Espécie: filicornu

Habitat natural: Manifesta-se como epífita, nas ilhas Comoros e Madagáscar, em altitudes que variam entre os 1000 e os 1500 metros.

Cultivo: É uma orquídea de crescimento monopodial que está cultivada "montada" em placa de cortiça e que exige pulverizações constantes, sobretudo durante  o Verão. Aprecia temperaturas intermédias no Inverno e mais elevadas no Verão.

Gymnadenia conopsea

Após as três primeiras tentativas falhadas e com mais de 80 quilómetros calcorreados em zonas acidentadas da Serra do Gerês, aqui está ela, a Gymnadenia conopsea, esta delicada, belíssima e perfumada orquídea de pequeno porte.

Sendo um das nossas orquídeas silvestres mais raras, só a podemos encontrar em Portugal no Gerês, em algumas zonas turfeiras, normalmente acima dos 1000/1100 metros de altitude e em populações de muito poucos exemplares cada uma.

Valeu amplamente  o esforço e...há momentos felizes.

Sobralia macrantha e Sobralia macrantha 'alba'

Extremamente fáceis de cultivar, como orquídeas terrestres, estas dois exemplares do género Sobralia são muito exuberantes, tanto no colorido como na grande dimensão das suas flores que, embora de curta duração, vão surgindo sucessivamente na extremidade das "canas". Podem ser cultivadas em exterior, desde que não sejam expostas a fortes geadas.

Família: Orchidaceae

Género: Sobralia

Espécie: macrantha

Habitat natural: Oquídea terrestre, de solos arenosos, do México, Guatemala, El Salvador, Honduras, Costa Rica e Nicarágua, em montanhas até aos 3400 metros de altitude.

Maxillaria ochroleuca

Esta Maxillaria, de médio porte, caracteriza-se pelas suas longas folhas e  pelos tufos compactos de flores que surgem na base dos pseudobolbos, exalando um adocicado e agradável perfume.

Família: Orchidaceae

Género: Maxillaria

Espécie: ochroleuca

Habitat: Florestas montanhosas de algumas  regiões do Brasil, Venezuela, Equador e Colômbia.

Cultivo: Está num vaso médio, em substrato para orquídeas epífitas, constantemente húmido e em estufa temperada, num espaço de média sombra. No Inverno devemos reduzir o número de regas.

Lírio Martagão (Lilium martagon)

Esta é mais uma das "raridades", entre muitas outras, que podemos encontrar na Serra do Gerês. Manifesta-se nos bosques de árvores de folha caduca, em zonas sombrias. É uma planta que pode atingir cerca de 1,50 metros de altura  e apresenta várias flores por haste.

Dactylorhiza maculata subsp. ericetorum "albina"

Apesar de vários anos consecutivos a percorrer e a fotografar orquídeas nas Serras do Gerês/Peneda/Amarela/Larouco, sobretudo as deste género, esta foi o primeiro exemplar encontrado por mim, da forma albina da Dactylorhiza maculata subsp. ericetorum, perto da Meda da Rocalva, em pleno centro da Serra de Gerês.

São extremamente raras e belas e é um privilégio observar estas raridades da natureza.